A investigação como forma de conhecimento

A investigação como forma de conhecimento e a investigação ou acção perspectivas como forma de resolver problemas

Curso de Licenciatura em administração Pública

1.Introdução

O presente trabalho de pesquisa ira debruçar se sobre  a discussão sobre os paradigmas e as tendências do ensino no âmbito universitário vem ganhando cada vez mais espaço na agenda da formação docente. A experiência e vivências dos autores na área de ensino na saúde, metodologias activas de ensino, aprendizagem e avaliação, além do desenvolvimento e implementação de métodos de ensinagem (e) no trabalho com estudantes e docentes universitários em capacitações e tutorias, especialmente em ambientes de ensino tradicional, motivaram a realização deste trabalho. Destarte, é foco deste estudo reflectir sobre o processo de transformação dos métodos de ensino, aprendizagem e avaliação, tendo como referência o docente como agente de transformação1. Para tal, a pesquisa-acção foi a estratégia metodológica utilizada, dando voz a estes agentes. Para uma melhor caracterização do problema, torna-se importante abordar os paradigmas educacionais vigentes e as tendências preconizadas pelas políticas públicas para a educação universitária na actualidade.

1.1.Discussão

A discussão sobre os paradigmas e as tendências das práticas educativas sob a perspectiva da pesquisa-acção aponta para um projecto de intervenção que teve por objectivo mudanças concretas, e, como ponto de partida, problemas advindos da práxis educativa como prática social. Elaborar um desenho metodológico que seja significativo e coerente com as demandas sociais, baseado no processamento complexo da informação e na utilização das potencialidades de determinado entorno, utilizando as tecnologias e meios apropriados, e identificando qual recurso pode propiciar maior ou menor aprendizagem ao indivíduo, representa o grande desafio das práticas educativas, e da transformação da sociedade da informação em sociedade do conhecimento. “A qualidade dos actos que produzimos dependem precisamente da qualidade de nossas competências, da projecção das mesmas na sociedade e do uso eficiente das TICs”20 (p. 155).

2.1.Investigação no sentido de aumentar a compreensão por parte do investigador, do cliente e da comunidade (Dick 2000). De uma forma simplificada podemos afirmar que a Investigação-acção é uma metodologia de investigação orientada para a melhoria da prática nos diversos campos da acção (Jaume Trilla, 1998 e Elliott, 1996). Por conseguinte, o duplo objectivo básico e essencial é, por um lado obter melhores resultados naquilo que se faz e, por outro, facilitar o aperfeiçoamento das pessoas e dos grupos com que se trabalha.

2.2.A investigação acção é uma metodologia de investigação orientada para a melhoria da prática nos diversos campos da acção (Jaume Trilla, 1998 e Elliott, 1996). Por conseguinte, o duplo objectivo básico e essencial é, por um lado obter melhores resultados naquilo que se faz e, por outro, facilitar o aperfeiçoamento das pessoas e dos grupos com que se trabalha. Ela orienta-se pata a melhoria das práticas mediante a mudança e a aprendizagem a partir das consequências dessas mudanças e permite ainda a participação de todos os implicados. As principais características da investigação acção metodologia, nomeadamente:

• Desenvolve-se de forma cíclica ou em espiral, consistindo na definição do âmbito e planeamento, antes da acção, seguido de revisão, crítica e reflexão;

• Facilita um misto de capacidade de resposta e de rigor nos requisitos da investigação e da acção.

• Proporciona uma ampla participação geradora de 41 responsabilidade e envolvimento;

• Produz mudanças inesperadas e conduz a processos inovadores.

Características da Investigação-acção O investigador/actor formula primeiramente princípios especulativos, hipotéticos e gerais em relação aos problemas que foram identificados; a partir destes princípios, podem ser depois produzidas hipóteses quanto à acção que deverá mais provavelmente conduzir, na prática, aos melhoramentos desejados.

Essa acção será então experimentada e recolhida a informação correspondente aos seus efeitos; essas informações serão utilizadas para rever as hipóteses preliminares e para identificar uma acção mais apropriada que já reflicta uma modificação dos princípios gerais. A recolha de informação sobre os efeitos desta nova acção poderá gerar hipóteses posteriores e alterações dos princípios, e assim sucessivamente. Alguns autores criticam a investigação acção. Benavente et al (1990) considera que a Investigação acção, pelas características que reúne e a imprecisão dos seus instrumentos e limites, tanto pode ser encarada com uma grande exigência, rigor e dificuldade, como pode ser um caminho de facilidades, de superficialidades e de ilusões.

Chagas (2005) acrescenta que a Investigação-acção, usada como uma modalidade de investigação qualitativa, não é entendida pelos tradicionalistas como “verdadeira” investigação, uma vez que está ao Sen AK. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras; 2004

2. Freire P. Pedagogia do oprimido. 48a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2005.

3. Neves FBCS, Bôaventura CS, Bitencourt AG, Athanazio DA, Reis MG. Impacto: introdução de mídia eletrônica num curso de Patologia Geral.  Rev Bras Educ Med. 2008; 32(4):431-6.

4. Cotta RMM, Silva LS, Lopes LL, Gomes KO, Cotta FM, Lugarinho R, et al. Construção de portfólios coletivos em currículos tradicionais: uma proposta inovadora de ensino aprendizagem. Cienc Saude Colet. 2012; 17(3):787-96. 

5. Anastasiou LGC, Alves LP, organizadores. Processos de ensinagem na universidade – pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 9a ed. Joinville: UNIVILLE; 2010.

6. Noguero FL. Metodologías participativas en la enseñanza universitaria. 2a ed. Madrid: Narcea; 2007.

7. Cotta RMM, Mendonça ET, Costa GD. Portfólios reflexivos: construindo competências.  

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *